As notícias falsas, também conhecidas como fake news, estão se
espalhando com uma velocidade cada vez maior na internet, sendo
compartilhadas por milhões de pessoas. Com a proximidade das eleições,
as fake news já são motivo de preocupação, inclusive para órgãos
federais, caso, por exemplo, do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Em palestra promovida pela Associação Nacional de Editores de Revistas
na última quinta-feira, 15, o presidente do IBGE, Roberto Olinto,
afirmou que as notícias falsas dificultam ainda mais a organização de
dados, coletados por meio de pesquisa de opinião. “Você vê hoje um
número grande de perfis que não são pessoas, são robôs, são códigos
automatizados que simulam pessoas em rede sociais para prejudicar ou
enaltecer alguém”, comentou.
No Ceará, a situação não é diferente, como aponta o chefe da Unidade
Estadual do Instituto, doutor Francisco Lopes. O chefe do IBGE no Ceará,
disse, inclusive, que “é evidente que as fake news podem levar a uma
distorção na opinião que as pessoas têm”. A informação levou o
jornalista Beto Almeida, durante o Bate Papo Político desta segunda,
comentar que “estamos afogados em fake news”.
Segundo Francisco Lopes, “o IBGE trabalha com pesquisas quantitativas,
ou seja, buscamos transformar as percepções e opiniões em dados para
apresentar taxas e indicadores que irão nortear o planejamento de
políticas públicas”, lembrou. Assim, para ele, como as fake news têm um
poder de disseminação muito forte, principalmente nas redes sociais,
elas podem influenciar a opinião dos entrevistados na hora das
entrevistas e, com isso, “gerar algo que pode vir a dar um viés à
pesquisa”.
Para o chefe da Unidade Estadual do IBGE, contudo, as pesquisa do
Instituto, por serem mais ligadas a fins de planejamento e políticas
públicas, sofrem uma influência menor das notícias falsas, quando
comparadas a de outros institutos de pesquisa, como o Datafolha e o
Ibope, que fazem sondagem de opinião no campo político. “É claro que
essa questão das fake news vai afetar bastante as pesquisas de opinião
com relação as eleições”, explica Francisco Lopes.
O chefe do IBGE no Estado ressaltou ainda que métodos estão sendo
discutidos para que as fake news tenham um efeito menor sobre as
pesquisas do Instituto. Ele destacou que “como o IBGE trabalha com
conceitos bastante específicos na realização das entrevistas, o nosso
pesquisador consegue tratar a entrevista dentro desses conceitos.
Evidentemente, com isso, ele isola um pouco das questões dessas fake
news”.
Ceará Agora
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