A Polícia Civil começou a investigar a campanha “Ame Jonatas”, lançada
para ajudar um bebê com uma doença degenerativa rara, por suspeita de
apropriação indébita. A apuração é um pedido do Ministério Público de
Santa Catarina (MPSC), que recebeu informações de que os pais da criança estariam usando o dinheiro arrecadado para bancar luxos. A família nega qualquer irregularidade.
A Justiça bloqueou, de forma liminar, os valores levantados com a campanha, cerca de R$ 3 milhões, e um veículo de R$ 140 mil que está em nome dos pais da criança. A família mora em Joinville, no Norte catarinense.
A delegada Geórgia Marrianny Gonçalves Bastos, da Delegacia de Proteção
à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Joinville (Dpcami), começou a
ouvir os primeiros depoimentos na tarde de quarta-feira (14). Ela
acredita que pelo menos 20 pessoas devem ser chamadas para depor.
“Vou ouvir família, profissionais da saúde, pessoas que encabeçaram a
campanha. Não tenho número [de pessoas a serem ouvidas] porque à medida
que fazemos oitivas, pessoas vão sendo mencionadas e, entendendo que
sejam importantes, também serão chamadas”, disse a delegada.
Os pais da criança ainda não prestaram depoimento. “Vou ouvi-los no
final do inquérito, preservando o direito de ampla defesa”, falou
Geórgia.
Investigação em fase inicial
A delegada explicou que ainda não instaurou inquérito sobre o caso
porque está em fase de investigação preliminar. “Ainda não temos
informações consistentes porque começamos a ouvir agora”, diz.
Segundo a delegada, após instaurado, o inquérito policial deve levar
pelo menos 30 dias para ser concluído. “Tem um longo caminho à frente,
em razão do número de pessoas envolvidas nesse caso. Com certeza serão
mais de 30 dias porque há testemunhas importantes que residem em outros
estados”, disse.
O G1 não conseguiu contato com os pais do menino e nem com a defesa deles nesta quinta-feira (15). Porém, em janeiro a família negou qualquer irregularidade.
Denúncias
O MPSC afirma que recebeu informações de pessoas
que dizem que os pais da criança estariam usando o dinheiro da campanha
para pagar luxos. Em audiência judicial, foi acordado que até 31 de
outubro de 2017 o casal prestaria contas dos recursos arrecadados e
despesas feitas, o que não ocorreu, segundo o Ministério Público.
Conforme o MPSC, denúncias feitas à Promotoria de Justiça são de que o
casal teria passado o réveillon em Fernando de Noronha e comprado um
veículo de R$ 140 mil. "O fato, salvo melhor juízo, demonstra que não se
pode descartar, pelo menos nessa análise inicial, possível utilização
de parte das doações para fins distintos daquele almejado: a garantia do
direito à saúde de Jonatas", afirmou a promotora de Justiça Aline
Boschi Moreira.
G1
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