O setor de cartões de crédito e o Banco Central estão discutindo - ainda
em fase inicial - a criação de um novo sistema que deve substituir a
modalidade "parcelado sem juros" dos cartões de crédito. Com a medida, o
prazo para o recebimento do pagamento pelos lojistas seria reduzido de
30 para 5 dias. A proposta faz parte de um conjunto de medidas que o
setor vem debatendo desde o fim do ano retrasado com o intuito de
reduzir custos e ampliar o uso do meio de pagamento, além de aproximar
as práticas brasileiras das práticas internacionais.
A ideia é oferecer ao consumidor uma espécie de crediário pessoal para o
parcelamento da compra com base em um limite concedido pelo banco
emissor e que poderia ser usado em qualquer estabelecimento. O cliente
ficaria a par das despesas com juros e das prestações no ato da compra,
com as informações exibidas no visor da maquineta.
A ideia de um crediário pessoal no lugar do parcelado sem juros, que
apesar das taxas embutidas, já é um método amplamente conhecido e
praticado no comércio em todo o País, deve enfrentar forte resistência
de consumidores e lojistas que podem ver a iniciativa como burocrática.
Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista e Lojista de
Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, a mudança pode dificultar a relação
entre consumidores e o comércio.
"Qualquer instrumento que dificulte a relação entre as pessoas que
produzem bens ou serviços para o País é nocivo. Em um momento de
retomada da economia brasileira, uma notícia como esta pode dificultar
muito essa relação", avalia Cid Alves.
Diário do Nordeste
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