O número de focos de queimadas no Ceará em janeiro de 2018 já é igual ao mesmo registrado durante todo o mês de janeiro do ano passado. Conforme dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), já são 91 focos identificados por imagens de satélite.
Considerando que ainda faltam 18
dias para o fim do mês, o número pode aumentar e ultrapassar, inclusive,
os registros de 2016, quando foram catalogados 102 focos. Segundo o
Inpe, a média para o mês no Estado é de 149. Na série histórica com
início em 1998, o janeiro com maior número de focos foi em 2005, com 349.
Apesar dos números deste mês, os
focos de queimadas no Ceará aumentam substancialmente entre outubro e
dezembro. Em 2017, o total de focos do ano foi 15,7% menor do que em
2016. Foram catalogados 3.731 no ano passado contra 4.431 daquele outro
ano.
Para o supervisor da Unidade de
Tempo e Clima da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme), Raul Fritz, não é fácil saber a causa considerando o curto
espaço de tempo, porém, precipitações ainda não tão intensas nos
primeiros dias do ano, além de condições gerais como o estado do solo,
podem ter influenciado.
“Não é fácil saber a causa. O número
de focos ser igual nos 12 primeiros dias do ano pode ser devido a não
terem ocorrido chuvas significativas nesse período, no presente ano,
quando comparado ao ano anterior’, comenta o meteorologista.
Comparativo
Os focos de queimadas no Ceará não são tão grandes como de outras cidades do Norte do brasil, por exemplo. No Pará, que em 2017 registrou o maior número desde o início da série histórica do Inpe - 65.460, no total -, já foram catalogados 388.
Prejuízos
O foco de queimadas começa a ganhar
força em época de preparação da terra para o plantio. Considerada uma
técnica comum, quando aplicada em demasia, traz prejuízos ao solo.
"Já é um coisa cultural, porque já
vem de muito tempo. Para o agricultor, sai mais barato do que contratar
uma equipes de especialistas para preparar o solo, por exemplo. Quando
as queimadas acontecem repetidamente, elas vão acabando com os
microorganismos necessários à manutenção da matéria orgânica do solo.
Com isto, toda vez que acontece uma queimada, o solo vai ficando mais
infértil vai tornado um solo infértil”, explica a engenheira agrônoma e
pesquisadora da Funceme, Sônia Perdigão.
Foco x queimada
Conforme explica o Inpe, a relação
entre foco e queimada não é direta nas imagens de satélite. Um foco
indica a existência de fogo em um elemento de resolução da imagem
(píxel), que varia de 1 km x 1 km até 5 km x 4 km. Neste píxel pode
haver uma ou várias queimadas distintas que a indicação será de um único
foco. E se uma queimada for muito extensa, ela será detectada em alguns
píxeis vizinhos, ou seja, vários focos estarão associados a uma única
grande queimada.
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