O dobro dos efetivos do Batalhão de Policiamento de Ronda de Ação
Intensiva e Ostensiva (BPRaio) e do Batalhão de Policiamento de Choque
(BPChoque) nas ruas, helicópteros sobrevoando a Cidade, reforço policial
do Interior para Fortaleza e policiais acompanhando comboios de ônibus.
Essas foram as ações realizadas ontem pela
Secretaria da
Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) na tentativa de conter os
ataques e restabelecer os serviços de transporte público na Capital.
Na
quarta-feira, 19, o titular da pasta, André Costa, havia garantido que a
situação seria normalizada, mas a Cidade e a Região Metropolitana
viveram ontem mais um dia de episódios violentos.
Um ônibus
particular em Aquiraz e um veículo de transporte escolar de Itapiúna
foram alvo de incêndios criminosos durante a madrugada. Em Fortaleza,
foram cinco ônibus incendiados entre as 8h40min e as 12h50min. Coletivos
dos bairros Vila Velha, Castelo Branco, Padre Andrade, Canindezinho e
Planalto Ayrton Senna tiveram perda total nas ações criminosas.
No
Canindezinho, o ônibus da linha Jardim Fluminense foi abordado por uma
dupla de suspeitos que lançou um coquetel molotov no veículo. Na ação, o
cobrador, que é cadeirante, ficou preso e sofreu queimaduras de 3º
grau. Ele segue internado em estado grave no Instituto Doutor José Frota
(IJF). O ataque aconteceu em frente à Escola Municipal Jornalista
Demócrito Dummar, que teve as aulas suspensas após a ameaça de invasão
pelos criminosos. No mesmo bairro, a Escola Profissional Maria José
Ferreira Gomes também foi ameaçada de invasão.
Três distritos
policiais, duas agências bancárias, a antiga sede da Guarda Municipal
de Fortaleza (GMF) e um carro da Secretaria do Desenvolvimento Agrário
também foram alvos de ações criminosas.
Conforme a SSPDS, além
dos seis suspeitos cujas capturas foram divulgadas na quarta-feira
passada, outras 11 pessoas foram detidas sob suspeita de participação
nos ataques. Três pessoas — um adulto e dois adolescentes — foram
detidas de posse de galões de gasolina e isqueiro, na Via Expressa.
Terrorismo
Sobre
os novos ataques, mesmo com a garantia de que a situação seria
normalizada, o secretário André Costa, em entrevista coletiva na sede da
SSPDS, negou que tenham havido erros na estratégia de combate aos
crimes. “Não é que deu errado. A gente elaborou um plano de ação, agiu;
ocorreram alguns ataques, a gente refez o planejamento e, até então,
estamos conseguindo manter a situação sob controle. Não temos como estar
em todos os lugares”, disse.
Costa reafirmou que as transferências de
presos nas casas de privação do Estado são uma das linhas de
investigação das causas dos ataques. Já o governador Camilo Santana (PT)
confirmou, em coletiva no Palácio da Abolição, que líderes de facções
foram, esta semana, transferidos do Ceará para presídios federais — o
que reforça a tese. Classificando os ataques como “terrorismo”, o
governador disse que eles são reflexo do incômodo que “a força da
segurança pública” tem causado. “Eles querem reagir e intimidar o
Estado. Mas nós não seremos intimidados, não recuaremos para manter a
ordem e combater a criminalidade”, salientou.
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