Em
termo por escrito entregue aos investigadores da Operação Lava Jato,
Márcio Faria da Silva contou que o encontro ocorreu no escritório
político de Temer em São Paulo, localicado no Alto de Pinheiros, em 15
de julho de 2010, por volta das 11h30. Silva, que na época era
presidente da Odebrecht Engenharia Industrial, disse que ficou
"impressionado" com a naturalidade com que a propina fora cobrada por
Temer.
O valor de US$ 40 milhões seriam
correspondentes a 5% de um contrato da Odebrecht com a Petrobras. Além
de Temer, participaram da reunião outro executivo da empreiteira,
Rogério Araújo, e os então deputados federais Eduardo Cunha e Henrique
Alves, ambos do PMBD, além do lobista João Augusto Henriques. "Foi a
única vez que estive com Temer e Henrique Eduardo Alves, e fiquei
impressionado pela informalidade com que se tratou na reunião do tema
'contribuição partidária', que na realidade era pura propina", confessou
o ex-executivo na delação.
Herdeiro e
ex-presidente da Odebrechet, Marcelo Odebrecht também se referiu a esta
reunião em depoimento à Java Lato. Ele disse que, na época, ouviu de
seus auxiliares de que teria sido feito um pagamento indevido ao PMDB.
Ele contou que chegou a ser questionado sobre o pagamento pela então
presidente da Petrobras, Graça Foster, e pela própria Dilma Rousseff,
que, segundo ele, queria saber se Temer estava envolvido no caso.
Marcelo Odebrecht afirmou que responder às duas de que membros do PT
também teriam recebido a propina, o que teria calado-as. "Quando
coloquei o PT no assunto, desarmei a questão. Como iam conduzir [uma
investigação] se o partido estava envolvido?", contou o ex-presidente da
empreiteira em depoimento. Em um comunicado, a Secretaria Especial de
Comunicação da Presidência disse que Temer "jamais tratou de valores com
o senhor Márcio Faria" e que o presidente "contesta de forma categórica
qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos".
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