Após 31 dias de paralisação, os bancários decidiram encerrar a greve em
todos os bancos do Ceará, quinta-feira, 8. A proposta da Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste nominal de 8% nos salários e
abono de R$ 3,5 mil foi aceita pela maioria, conforme o Sindicato dos
Bancários do Ceará. O trabalho em todas as agências será retomado a
partir desta sexta.
O presidente do Sindicato dos Bancários, Carlos Eduardo Bezerra,
explicou que a resistência do movimento grevista resultou em ganho real
para a categoria. ''Conseguimos o aumento de 10% no vale refeição, 15%
no vale alimentação, licença paternidade de 20 dias para os bancários e
um programa que encarece as demissões para o sistema financeiro".
O fim da greve foi sendo votado, em cada banco, no decorrer da
assembleia. Os bancários das unidades privadas foram os primeiros a
aceitar o encerramento da greve, que depois também foi aceito pelos
funcionários dos bancos públicos, como Caixa Econômica e Banco do
Brasil.
Carlos Eduardo informou ainda que os bancários terão anistia total pelos
dias de paralisação. "Nenhum bancário vai precisar compensar nenhuma
hora trabalhada, e isso levou os bancários a acompanhar a movimentação.
Mais de mil bancários estiveram na votação", disse.
As atividades de 208 agências bancárias, de um total de 259 unidades em
Fortaleza, ficaram paralisadas desde o início da greve, deflagrada no
último dia 6 de setembro. Até quarta-feira, 5, o Comando Nacional de
Greve dos Bancários rejeitou, pelo menos, duas propostas da Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban).
A primeira proposta era reajuste de 6,5% de no salário, no dia 5 de
setembro. Quatro dias depois, a Fenaban ofereceu reajuste de 7% mais
abono de R$ 3,3 mil a serem pagos em até dez dias após assinatura do
acordo. A proposta foi mantida novamente no dia 15, mas foi rejeitada
pela categoria.
Em todo o Ceará, a greve contabilizou 76% das agências fechadas no
Estado, o que representa 430 unidades paradas, em um total de 562. A
paralisação afetou, principalmente, as pessoas que não tinham acesso à
Internet e muita desenvoltura com os aplicativos de telefone celular.
Essa foi uma saída dos usuários para realizar transações financeiras
durante a paralisação. Em alguns casos, chegou a faltar dinheiro em
caixas eletrônicos da Cidade, como foi publicado no O POVO.
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