A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
autorizou a comercialização da primeira insulina inalável do País. A
resolução que concede o registro ao produto foi aprovada na última
quinta-feira, 30, e publicada ontem no Diário Oficial da União.
Batizada
de Afrezza, a nova insulina é comercializada em pó, em cartuchos com
três tipos de dosagem. Para utilização, o paciente com diabete deve
encaixar o cartucho no inalador e aspirar o pó. A substância chega ao
pulmão e é absorvida pela corrente sanguínea, onde cumpre a função de
reduzir os níveis de açúcar no sangue. Hoje, as insulinas disponíveis no
mercado brasileiro são todas injetáveis.
Segundo
especialistas, embora represente uma alternativa no tratamento do
diabete e um ganho na qualidade de vida por reduzir o número de
injeções, a Afrezza tem limitações. Ela não é capaz de substituir todas
as aplicações diárias de insulina, tem pouca variedade de dosagens e é
contraindicada para pacientes com problemas pulmonares e menores de 18
anos. Por outro lado, por não exigir refrigeração, é mais fácil de
transportar e armazenar e poderá reduzir o número de picadas de agulha a
que o paciente tem que submeter-se diariamente.
A
insulina inalável pode substituir somente as aplicações de insulina de
ação rápida ou ultrarrápida, também chamadas de bolus. Esse tipo de
insulina é utilizada geralmente antes de cada refeição, quando o
organismo precisa de um volume maior do hormônio para compensar o açúcar
ingerido.
O outro tipo de insulina, a basal, de
ação mais lenta, é geralmente aplicada somente uma vez por dia e não
poderá ser substituída pelo produto inalável, como explica Lívia Porto,
endocrinologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. "Se (o paciente)
passar a usar a inalável, ele diminuiria de quatro aplicações diárias
para uma aplicação. Seria um ganho de qualidade de vida, mas não
substituiria totalmente a injetável", diz a médica. (Agência Estado)
Próximos Passos
1 COMERCIALIZAÇÃO
Mesmo com aprovação da Anvisa, a Afrezza ainda deve demorar alguns meses para estar disponível para venda.
2 EXPECTATIVA
O laboratório estima que ainda neste ano o produto passe pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED)
O POVO
Nenhum comentário:
Postar um comentário