Para quem esperava ficar embriagado à custa das quedas de Neymar, a
vitória do Brasil por 2 a 0 sobre a Sérvia foi decepcionante.
Aproveitando as críticas contra o atacante nos dois primeiros jogos da
Copa do Mundo, contra Suíça e Costa Rica, onde ele caiu cerca de 20
vezes, bares prometeram distribuir doses de bebidas alcoólicas a cada
queda do jogador. Contudo, diante dos sérvios, o atleta sofreu apenas
quatro quedas.
E nem o árbitro assistente de vídeo (VAR) ajudou os sedentos torcedores.
Neste jogo, o brasileiro mostrou estabilidade em campo. Apesar de não
ter balançado as redes adversárias, cresceu de produção e deu o passe
para o gol de Thiago Silva. “Não estou reconhecendo o Neymar”, lamentava
uma torcedora no fim do jogo no Boteco do Imprensa, no bairro Dionísio
Torres, onde shots de vodka foram distribuídos a cada tombo do
brasileiro.
“Estamos transmitindo todos os jogos da seleção, mas queríamos atrair
mais público, então pensamos em fazer essa promoção, seguindo o que
bares do Sul e Sudeste estão fazendo. Agora, só depende dele cair, ele
tem de cair”, brincou Pedro Neto, proprietário do bar.
Foi a primeira vez que o designer de interiores Rennê Santos, 25,
assistiu jogos da Copa no estabelecimento. Apesar de não acompanhar
futebol, ele vestiu roupas com as cores de bandeira do Brasil e foi
torcer. “Achei essa ideia da bebida (grátis) muito criativa. Confesso
que estou torcendo mais pelo Neymar cair que pelo gol, mas quero a
vitória também”, disse.
O espaço no bairro Dionísio Torres foi tomado por torcedores com olhares
divididos entre o telão e o árbitro improvisado pelo bar para liberar a
rodada de bebida. Contradizendo a tradição do futebol, neste caso, o
juiz era ovacionado a cada aparição. Funcionário da administração, John
Gomes recebeu um apito e dois cartões: um amarelo e um verde, indicando
aos garçons se o tombo valeu. “Aqui não tem VAR, simulando ou não,
libero bebida para todo mundo”, disse.
Diante da escassez de quedas, a torcida passou a “simular”, comemorando
até quando outros atletas caíam. “A regra é clara, não foi ele”, tentava
argumentar John, fazendo gestos sugerindo ter revisto o lance por meio
do VAR. Após o segundo gol, com a classificação garantida, a torcida
engrossou o coro pedindo que o atleta se jogasse no chão, mas não
adiantou. Ao longo de todo o segundo tempo, apenas uma falta foi
marcada. “Pensei que ia cansar de liberar bebida, mas ele caiu pouco”,
lamentou John, o árbitro, após o jogo.
O POVO Online
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