No Ceará, 128 municípios estão em
situação de emergência por causa da seca. O volume dos açudes
monitorados é de apenas 8,2% da capacidade. Alguns moradores enfrentam a
falta de água mesmo morando ao lado da adutora: "Não adianta porque não
é todo dia que tem. A gente precisa da água todo dia", diz a aposentada
Lúcia Maria de Oliveira.
As 7.800 famílias que moram em Caridade, no sertão central do Ceará,
dependem de carros-pipa e são atendidas pelo exército. Depois de 5 anos
sem chuva, os dois principais açudes do município secaram.
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Cerca de 15 pipeiros abastecem as cisternas de 192 localidades do
município. Em cada uma existe um morador que fica responsável pela água é
o chamado "apontador".
"A gente receber a água pra população é uma felicidade para nós e para
aqueles que estão recebendo a água, que tão vindo pegar, né. Aí a gente
se sente feliz", diz o agricultora Francisco Alberto Martins, que é
responsável pela água em Várzea Cumprida, a sete quilômentros de
Caridade.
As 65 famílias da localidade pegam água na cisterna dele, que tem
capacidade para 16 mil litros: "Eu pego 30 litros. Dá pra cozinhar e
fazer as coisas. Tem a água do poço, né, pra gente lavar as coisas, pros
bichos beberem. Pelo menos tem, né, graças a deus", diz o agricultor
Anselmo Silva.
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