Maia irá suceder ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que
renunciou à posição na semana passada após ter o seu mandato suspenso em
maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
VEJA O PERFIL DO DEPUTADO RODRIGO MAIA
Filho do ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), Rodrigo Maia comandará a
Câmara apenas até fevereiro de 2017, que é quando terminaria o mandato
de Cunha. Às 0h15, o vice-presidente da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA),
que exercia interinamente a presidência, declarou a vitória de Maia.
Com o apoio oficial das bancadas de PSDB, DEM, PPS e PSB, Maia já tinha
vencido Rosso no primeiro turno com uma diferença de 14 votos – o placar
havia sido 120 votos contra 106. No segundo turno, conseguiu angariar
também o apoio de PDT, PCdoB, PR e PTN.
Embora o DEM faça parte do governo Michel Temer – detém o comando do
Ministério da Educação –, o partido não integra o chamado “Centrão”, que
é um bloco informal que reúne siglas mais de centro-direita e que são a
base de sustentação do Palácio do Planalto.
No início da gestão Temer, Rodrigo Maia chegou a ser cogitado para a
liderança do governo na Câmara, mas acabou preterido pelo líder do PSC,
André Moura (SE), aliado de Cunha e imposto pelo "Centrão".
Foi neste episódio que Maia, tido até então como aliado de Cunha, se
afastou do peemedebista, que trabalhou nos bastidores para eleger Moura
líder do governo.
Ao sentar-se na cadeira de presidente da Câmara, Maia elogiou o segundo
colocado na disputa, e disse que a corrida por votos foi "limpa, na
política". Ao agradecer seus pais e familiares, o deputado chorou e foi
aplaudido.
"Quero agradecer ao PSDB [...] ao PSB, ao PPS e ao DEM, meu partido.
[...] Aos partidos que me ajudaram no segundo turno", disse o novo
presidente da Câmara.
"Vamos, a partir de amanhã, governar com simplicidade. [...] Nós temos
que pacificar esse plenário, temos que dialogar com a maioria, com a
minoria", complementou.
Eleição
A votação para presidência da Câmara foi secreta e realizada por meio
urnas eletrônicas localizadas em 14 cabines instaladas no plenário.
No total, 18 deputados chegaram a registrar a sua candidatura, mas
quatro desistiram antes mesmo do início da eleição e retiraram os seus
nomes. Depois, no plenário, quando a sessão já tinha começado, Gilberto
Nascimento (PSC-SP) deixou a corrida eleitoral e declarou o seu apoio a
Rogério Rosso.
Entre um turno e outro, houve um intervalo de mais de uma hora. Durante
este período, tanto Maia quanto Rosso correram de gabinete em gabinete
para angariar apoio de outros partidos e conquistar mais votos.
Polêmica
A eleição para a presidência da Câmara aconteceu em meio a grande
controvérsia. A polêmica começou horas após Cunha anunciar, na
quinta-feira passada (7), que abria mão do cargo.
O vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão, marcou, sem consultar
ninguém, a eleição para esta quinta-feira (14), às vésperas do início do
“recesso branco”, período de duas semanas em que a Casa ficará sem
votações.
Revoltados, parte dos líderes partidários, valendo-se do Regimento
Interno da Câmara, se reuniram no mesmo dia e, ignorando a decisão de
Maranhão, resolveram marcar a eleição para terça (12). O receio deles
era de que não houvesse quórum numa sessão realizada na quinta e a Casa
entrasse no recesso sem uma definição.
Em retaliação, Maranhão anulou a decisão dos líderes. Só se chegou a um
acordo sobre a data após diversas conversas no fim de semana.
No entanto, houve nova polêmica em relação à sessão porque Maranhão
alterou o horário do seu início duas vezes, gerando protestos entre os
parlamentares.
Inicialmente, a sessão estava prevista para as 16h, mas, minutos antes,
foi remarcada para as 19h. O objetivo era permitir a Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) prosseguisse com a reunião destinada a
votar recurso de Cunha contra o seu processo de cassação. A decisão
gerou protestos e Maranhão recuou, marcando, então, para as 17h30.
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