Um bar foi interditado pela Polícia Civil do município de Barbalha após
anunciar, como premiação de um bingo, uma mulher e uma caixa de cerveja.
O evento estava marcado para acontecer neste sábado, no Espaço Vip.
Anteriormente, o local era conhecido como “Chácara da Ana Cleide”,
frequentado supostamente por acompanhantes sexuais vindas de várias
cidades do Nordeste. No entanto, a polícia se mostra cautelosa ao
afirmar que o estabelecimento atuava com ponto de prostituição.
O evento estava sendo divulgado pelas redes sociais, por meio de um
folder eletrônico e passou a ser alvo de críticas de grupos feministas. O
Frente de Mulheres de Movimentos do Cariri levou o caso até a Delegacia
da cidade e ao Ministério Público. De acordo com uma das integrantes
que pede para não ter sua identidade revelada, “o principal problema é a
forma como a mulher é anunciada e divulgada, análoga a um objeto”.
A integrante ressalta ainda que “a crítica não é em volta das
prostitutas, que inclusive é uma das profissões mais antigas e já
deveria ser regularizada, para ajudar no fim da discriminação, mas a
questão é a forma que a organização expôs a mulher. Sabemos que ela está
trabalhando, ganhando seu dinheiro e pode até ter aceitado ser o
prêmio, mas o grupo não pode coadunar com o rebaixamento do papel da
mulher, comparando-a ou igualando-a um objeto, a uma caixa de cerveja,
por exemplo”.
De acordo com o delegado Júlio Agrelli, responsável pela interdição do
bar, a mulher que seria o prêmio para o vencedor do bingo, no valor de
R$ 100, afirmou desconhecer a premiação. Policiais estiveram no local,
situado no bairro Bulandeiras, em Barbalha, e conduziram, à Delegacia,
homens e mulheres que estavam na chácara. Eles prestarão depoimentos que
podem esclarecer a atividade que era desenvolvida no estabelecimento.
A reportagem do Diário do Nordeste conseguiu contato, por telefone, com a
dona do estabelecimento, identificada como Carla. Ela limitou-se em
dizer que só falará na presença do seu advogado. Enquanto as
investigações estiverem em curso, o bar ficará interditado. “Nosso dever
enquanto movimento não é confrontar diretamente, a apuração dos fatos e
a decisão a ser tomada cabe ao Estado, nosso intuito é proteger a
mulher, lutar contra o machismo, contra a exploração sexual e lutar
contra tudo que denigra a imagem da mulher”, concluiu a integrante do
grupo.
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