Já deu, a seleção argentina acabou
para mim", sentenciou neste domingo (26) o craque Lionel Messi, muito
abatido depois deisolar sua cobrança de pênalti na disputa que selou a
derrota para o Chile na final da Copa América do Centenário. "É um
momento duro para mim e para toda a equipe. São quatro finais perdidas,
três seguidas. Não consigo me conformar com o fato de chegar à final e
não ganhar. Perdi mais uma vez nos pênaltis, numa partida muito parelha,
mas já foi. Minha decisão está tomada", afirmou o camisa 10 na zona
mista do estádio MetLife Stadium en East Rutherford, em Nova Jersey.
"Doi muito não ter sido campeão com a Argentina e vou embora sem ter
conseguido", insistiu o camisa 10. Após o anúncio da decisão de Messi de
não jogar mais pela seleção, uma campanha foi iniciada no Twitter com a
hashtag "#NotevayasLeo" para que o melhor jogador do mundoreveja a sua
decisão.
Histórico de vice
O craque do Barcelona, que completou 29 anos na última sexta-feira, foi
três vezes vice-campeão da Copa América (2007, 2015 e 2016) e também
perdeu a final da Copa do Mundo no Brasil (derrota por 1 a 0 para a
Alemanha na prorrogação). A diferença é que, dessa vez, o camisa 10 foi
diretamente responsável pela derrota.
Nas decisões da Copa do Mundo de 2014 e da Copa América-2015, Messi teve
atuações apagadas, mas não foi considerado grande vilão. Desta vez, as
críticas prometem ser ainda mais ríspidas, para o craque que sempre foi
cobrado no seu país por conquistar todos os títulos possíveis com o
Barcelona sem conseguir acabar a seca da sua seleção.
Os números não mentem: são oito Ligas Espanholas, quatro Ligas dos
Campeões, quatro Copas do Rei e três Mundiais de clubes com o time
catalão. Com a camisa da Argentina, porém, só conseguiu se consagrar nas
seleções de base, ao faturar o Mundial Sub-20, em 2005, e a medalha de
ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim.
Um paradoxo para o cinco vezes melhor do mundo, que disse recentemente
que trocaria seus prêmios individuais por um troféu representando seu
país. "Busquei esse título, era o que mais desejava. É incrível, mas não
é para mim. Não seu, passou outra vez", lamentou.
Artilheiro sem troféu
O pior é que, neste ano, essa desilusão acontece justamente no seu
melhor torneio com a 'alviceleste'. Nos Estados Unidos, o jogador de 29
anos precisou esperar a segunda rodada para fazer sua estreia, por
sentir uma dores na região lombar depois de levar uma pancada em
amistoso contra o Honduras no fim do mês passado.
Mas a estreia foi em grande estilo, com três gols em apenas trinta
minutos passados em campo na vitória por 5 a 0 sobre o Panamá. Nas
quartas de final, mas show de Messi, com um gol e duas assistências
contra a Venezuela. Na semi contra os anfitriões americanos, o camisa 10
fez história ao acertar uma cobrança de falta magistral para se isolar
na artilharia histórica da seleção argentina, com 55 gols, um a mais que
o ex-atacante Gabriel Batistuta.
Na final deste domingo, porém, 'La Pulga' não conseguiu romper a sina,
apesar de ter mudado o visual, ao ostentar uma barba ruiva muito
estilosa. Bem marcado, o craque não tinha o mesmo espaço que nos jogos
anteriores e sempre foi parado pela defesa chilena quando tentou sair
driblando.
Na prorrogação, Messi teve uma grande oportunidade de se consagrar, com
uma falta perto da área, na posição ideal para anotar mais um gol
histórico, da mesma forma em que bateu o recorde de Batigol. O capitão
ajeitou a bola com muito carrinho, mas esbarrou na barreira.
Na disputa de pênaltis, Messi foi o primeiro cobrador da Argentina e
tinha tudo para abrir boa vantagem. Ao invés disso, ele repetiu o gesto
de outro grande camisa 10, o italiano Roberto Baggio, na final do
Mundial de 1994 contra o Brasil, também nos Estados Unidos. A bola subiu
muito e foi parar na arquibancada. Ninguém vai lembrar que, na verdade,
depois disso, Biglia também desperdiçou sua cobrança.
Essa final ficará marcada para sempre pela decepção de Messi e por essa
decisão tomada no calor do momento, que, se for confirmada, priva o
futebol mundial de um dos melhores jogadores de todos os tempos dos
próximos torneios de seleções.
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