quinta-feira, 25 de julho de 2019

Abuso sexual no ginecologista: aprenda a reconhecer procedimentos que jamais deveriam ocorrer em consultas


 Mais um caso escandaloso de violência contra a mulher veio à tona nos últimos dias. O médico José Hilson Paiva, que atuava como ginecologista no Ceará, foi denunciado por seis mulheres ao Ministério Público por abuso sexual, conforme revelou o "Fantástico", da TV Globo.


O médico não apenas abusava das pacientes, como também filmava esses atos sem autorização das pacientes — mais de 63 vídeos já foram apresentados às autoridades. As denúncias vêm desde a década de 80.

Nas imagens, é possível ver Paiva colocando a boca nos seios das mulheres, sob o pretexto de de conferir se havia secreção. Outras vezes, ele as posicionava de costas durante a realização de "exames", por exemplo. No último dia 19, ele foi preso pela Polícia Civil em Fortaleza e perdeu o registro médico (CRM).


 José Hilson Paiva, médico cearense, filmava o atendimento suas pacientes sem autorização delas e fazia procedimentos inadequados e abusivos.


Nos relatos das vítimas , boa parte delas diz que não sabia que estava sendo violentada . Algumas jamais tinham ido a um ginecologista, desconhecendo os procedimentos que deveriam ser realizados.
Por isso, a equipe de CELINA conversou com a ginecologista Isabela Correia para saber o que pode e o que não pode durante uma consulta ginecológica.


A médica ressalta que, em qualquer momento da consulta, é direito da mulher pedir o acompanhamento de uma enfermeira, uma auxiliar de enfermagem, um parente ou amigo. A decisão pelo acompanhamento e por quem a acompanhará é exclusiva da paciente.
Veja abaixo, separadas por tópicos, quais técnicas são de fato médicas e quais não são.


Análise das mamas

Segundo Isabela, o exame nas mamas pode ser feito com ou sem luva. No entanto, o médico jamais deve usar a palma da mão no exame, nem apertar a mama . Isso porque as pontas dos dedos — única parte das mãos que deve ser usada nessas situações —  tem maior sensibilidade.

O toque com a palma da mão é algo mais sexual, não existe. Você usa a ponta dos dedos para sentir nódulos e outros aspectos — explica Isabela.

Além disso, para nenhum exame é necessário o uso da boca. Logo, procedimentos como o de José Hilton Paiva jamais deveriam ocorrer.

— Primeiro, é uma questão de risco de contaminação. O médico não sabe que secreção é aquela. Depois, porque nenhum diagnóstico é feito pelo paladar — ressalta a médica. — Alguns diagnósticos são dados pelo olfato, apenas. Mas isso não significa que o médico vai aproximar o rosto do seu corpo. Em caso de corrimento, por exemplo, ele vai colher o material e, aí sim, vai cheirar, se achar necessário.

Nudez e posições 

 

De acordo com Isabela, nenhum exame ginecológico exige a completa exposição do corpo da mulher.
— Você não examina a genitália e a mama ao mesmo tempo, por exemplo.

A paciente pode sempre permanecer com uma peça de roupa. Até durante o exame de mama eu posso expor só a mama que eu estou examinando.

 A não ser que seja um exame visual, que ocorre também. Nessa situação, o médico não precisa ficar muito tempo analisando a paciente.


Além disso, destaca a especialista, a mulher não precisa ficar de costas ou de quatro em nenhum momento da consulta. Até exame na região anal, quando necessário, pode ser feito na posição ginecológica — que é deitada de barriga para cima, com os joelhos dobrados e afastados.


O GLOBO


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