segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Eunício busca acordo com o PT para Presidência do Senado

O senador Eunício Oliveira (PMDB) mergulhou nas articulações em Brasília para atrair o PT e garantir, em janeiro de 2017, uma eleição tranquila à Presidência do Senado. Há consenso entre as lideranças dos partidos com representantes no Senado que caberá ao PMDB o cargo maior da administração da Casa. Como segunda maior bancada, o PT quer manter ou ampliar posições na Mesa Diretora.
Uma reportagem do Jornal Folha de São Paulo, edição deste domingo, revela os bastidores da corrida à sucessão do presidente Renan Calheiros. Dentro do PMDB, Eunício trabalha para unir a bancada da sigla embora tenham surgido especulações sobre a possível candidatura do colega Garibaldi Alves, do Rio Grande do Norte. Alves nega a pretensão.
As conversas com o PT independem do cenário estadual em que Eunício e as lideranças do partido no Ceará têm rota de coligação, principalmente, com o Governador Camilo Santana. Na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, o PMDB tem a vice do Capitão Wagner (PR) representado pelo empresário Gaudêncio Lucena. A campanha de Wagner tem sido cáustica com petistas aos quais associa com o prefeito e candidato do PDT à reeleição, Roberto Cláudio.
A tática é ligar Roberto a nomes do PT – como José Nobre Guimarães, e dos ex-presidentes Lula e Dilma, que sofrem desgastes pelas denúncias da Operação Lava Jato e, no caso de Guimarães, do escândalo dos dólares na cueca. Esse cenário não entra, porém, como componente para impedir o avanço das negociações entre Eunício e o PT a caminho da Presidência do Senado.
Eunício precisa de 41 dos 81 votos para se eleger presidente do Senado Federal. A bancada do PMDB tem 18 parlamentares e, em segundo lugar, está o PT, com 10 senadores. Se fechar com o PMDB, Eunício presidirá o Senado – comando que não tem um cearense desde o final da década de 80 e início dos anos 90 quando o cargo era ocupado pelo peemedebista Mauro Benevides.
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), defende a composição da chapa de acordo com a proporcionalidade da bancada. Dentro do PT, há, porém, conflito nessa leitura e o carioca Lindeberg Farias se opõe a acordo que envolva a candidatura a presidente do Senado de alguém que votou pela derrubada da presidente Dilma Rousseff. Eunício foi um dos peemedebistas que articularam o impeachment de Dilma.
A conquista da Presidência do Senado é um dos passos que Eunício quer alcançara para, em 2018, chegar ao Governo do Estado. O mandato de Eunício termina no dia 31 de dezembro de 2018 e, nesse momento, não passa pela cabeça do peemedebista disputar à reeleição.
Eunício quer mesmo o Governo do Estado em uma ampla articulação com o PSDB do senador Tasso Jereissati e do ex-senador Luiz Pontes, com o PR do ex-prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, com o Solidariedade, de Genecias Noronha, e, se possível, com o PSD e PMB, que seguem orientação do ex-vice-governador e atual conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios, Domingos Filho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário