sábado, 9 de julho de 2016

Polícia interdita bar que ofertou mulher como premiação de bingo, em Barbalha

Um bar foi interditado pela Polícia Civil do município de Barbalha após anunciar, como premiação de um bingo, uma mulher e uma caixa de cerveja. O evento estava marcado para acontecer neste sábado, no Espaço Vip. Anteriormente, o local era conhecido como “Chácara da Ana Cleide”, frequentado supostamente por acompanhantes sexuais vindas de várias cidades do Nordeste. No entanto, a polícia se mostra cautelosa ao afirmar que o estabelecimento atuava com ponto de prostituição.
O evento estava sendo divulgado pelas redes sociais, por meio de um folder eletrônico e passou a ser alvo de críticas de grupos feministas. O Frente de Mulheres de Movimentos do Cariri levou o caso até a Delegacia da cidade e ao Ministério Público. De acordo com uma das integrantes que pede para não ter sua identidade revelada, “o principal problema é a forma como a mulher é anunciada e divulgada, análoga a um objeto”.
A integrante ressalta ainda que “a crítica não é em volta das prostitutas, que inclusive é uma das profissões mais antigas e já deveria ser regularizada, para ajudar no fim da discriminação, mas a questão é a forma que a organização expôs a mulher. Sabemos que ela está trabalhando, ganhando seu dinheiro e pode até ter aceitado ser o prêmio, mas o grupo não pode coadunar com o rebaixamento do papel da mulher, comparando-a ou igualando-a um objeto, a uma caixa de cerveja, por exemplo”.
De acordo com o delegado Júlio Agrelli, responsável pela interdição do bar, a mulher que seria o prêmio para o vencedor do bingo, no valor de R$ 100, afirmou desconhecer a premiação. Policiais estiveram no local, situado no bairro Bulandeiras, em Barbalha, e conduziram, à Delegacia, homens e mulheres que estavam na chácara. Eles prestarão depoimentos que podem esclarecer a atividade que era desenvolvida no estabelecimento.
A reportagem do Diário do Nordeste conseguiu contato, por telefone, com a dona do estabelecimento, identificada como Carla. Ela limitou-se em dizer que só falará na presença do seu advogado. Enquanto as investigações estiverem em curso, o bar ficará interditado. “Nosso dever enquanto movimento não é confrontar diretamente, a apuração dos fatos e a decisão a ser tomada cabe ao Estado, nosso intuito é proteger a mulher, lutar contra o machismo, contra a exploração sexual e lutar contra tudo que denigra a imagem da mulher”, concluiu a integrante do grupo.

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