A transferência de presos ocorre sempre em meio a protestos dos familiares deles
Dezenas de presos que cumpriam pena ou aguardavam julgamento em
cadeias públicas no Interior do Ceará foram transferidos para a Grande
Fortaleza neste fim de semana. As remoções aconteceram entre o sábado
(2) e o domingo (3) em, pelo menos, duas regiões do sertão cearense;
Inhamuns e a Ibiapaba. Com isso, já são mais de 80 cadeias desativadas
pela Secretaria Estadual de Administração Penitenciária desde janeiro
passado.
As cadeias públicas esvaziadas foram as das seguintes cidades:
Ubajara, Croatá, Carnaubal, Ibiapina e Viçosa do Ceará, na Região da
Ibiapaba; Crateús, Tauá, Novo Oriente, Nova Russas, Ipueiras e Poranga,
nos Inhamuns. A transferência de mais de 80 presos foi realizadas
mobilizando um forte aparato de segurança e transporte envolvendo
agentes penitenciários e a Polícia Militar.
Somente da Cadeia Pública de Ubajara (a 329Km de Fortaleza), foram
removidos 54 detentos que estavam ali já em cumprimento de pena. Outros
22 foram retirados da unidade prisional que funcionava no mesmo prédio
do Destacamento da Polícia Militar da cidade de Poranga (a 340Km de
Fortaleza).
Durante as transferências ocorreram incidentes. Familiares dos presos
foram até a cadeia em busca de informações e para observar a saída dos
internos. Mães, filhos e mulheres choravam e pediam informações sobre
para onde eles estavam sendo levados. Algumas mulheres passaram mal e
outras até desmaiaram. No entanto, as autoridades não informaram o
destino dos detentos. Sabe-se, apenas, que eles serão distribuídos pelas
unidades que fazem parte do Complexo Penitenciário de Itaitinga, na
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Novos presídios
O Governo do Estado pretende redistribuir esses presos ao longo do
ano, quando estiverem prontas as novas unidades penais no Ceará. Serão,
ao menos, 16 presídios regionais, uma penitenciária de segurança máxima e
um presídio na Grande Fortaleza, que já está sendo construído no
Município de Horizonte e vai contar com 685 vagas.
Já o presídio de segurança máxima deve seguir o modelo das
penitenciárias federais. Vai dispor de apenas 188 vagas (celas
individuais) para bandidos considerados de alta periculosidade ou que
exerça, chefia ou liderança de grupos criminosos (facções e quadrilhas).
Também ficarão enclausurados nesta unidade criminosos autores de
crimes graves como latrocínios (roubo seguido de morte), seqüestro e
roubos a bancos e carros-fortes. Eles ficarão isolados dos demais e vão
cumprir Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), sem direito a visitas e
contato com o mundo externo.
Fernando Ribeiro
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