O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, em sessão administrativa
nesta quinta-feira (3), a resolução que define as regras para
implantação gradual do voto impresso, que começará nas eleições gerais
de outubro deste ano. Ao todo, 23 mil urnas eletrônicas, todas equipadas
com um módulo de impressão, serão distribuídas de forma proporcional ao
eleitorado de cada unidade da federação. Conforme definido pela Lei nº
13.165/2015, que determinou a obrigatoriedade da impressão do voto, o
eleitor não terá contato direto com o comprovante de votação,
podendo apenas verificar visualmente se o que está impresso no papel
condiz com o que aparece na tela da urna eletrônica.
Os tribunais regionais eleitorais (TREs) deverão definir, entre 23 de
julho e 31 de agosto, quais seções eleitorais receberão os
equipamentos. Segundo a resolução, devem ter preferência locais que
disponham de infraestrutura adequada e facilidade de acesso para
eventual suporte técnico. Além das 23 mil urnas equipadas com módulo de
impressão, uma reserva técnica de 7 mil urnas adaptadas estará
disponível para substituição dos equipamentos, em caso de necessidade. O
número de urnas com impressoras representa pouco mais de 5% do total de
550 mil terminais eletrônicos de votação que serão distribuídos em todo
o país. De acordo com o TSE, a empresa contratada deverá entregar os
equipamentos até 10 de setembro.
São Paulo, que reúne o maior eleitorado do país, com mais de 33,2
milhões de pessoas aptas a votar, é também o estado com o maior número
de urnas eletrônicas equipadas com módulo de impressão: 5.208. Em
seguida, aparecem Minas Gerais, com 2.482, e Rio de Janeiro, com 1.951.
Roraima, que tem o menor número de eleitores no país, pouco mais de 328
mil pessoas, contará com urnas adaptadas em 52 seções eleitorais.
O presidente do TSE, ministro Luiz Fux, disse que a implantação do
voto impresso em todas as urnas eletrônicas seria impossível já neste
ano, tanto por questões financeiras quanto por dificuldades técnicas. Os
módulos de impressão, se fossem instalados em todas as urnas, custariam
cerca de R$ 2 bilhões, informa o tribunal. Uma ação direta de
nconstitucionalidade proposta pela Procuradoria Geral da República (PGR)
tenta impedir a reintrodução do voto impresso no país. A alegação é de
que a impressão poderia comprometer o sigilo do voto, que é uma cláusula
pétrea da Constituição Federal. A ação é relatada pelo ministro Gilmar
Mendes.
Para Fux, a segurança da urna eletrônica “tem sido demonstrada pela
votação paralela e pelo Teste Público de Segurança (TPS), quando hackers
testam os sistemas da urna eletrônica”. Ele lembrou ainda que,neste
ano, foi instituída a realização de uma auditoria da urna uma hora antes
da votação.
Agência Brasil
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