quarta-feira, 10 de abril de 2019

Divulgada primeira imagem de um buraco negro

Um círculo escuro no meio de um disco resplandecente: a imagem de um buraco negro foi apresentada nesta quarta-feira ao mundo, a primeira na história da astronomia.


O primeiro "monstro cósmico" a ser registrado foi detectado no centro da galáxia Messier 87 (M87), uma enorme galáxia no aglomerado de galáxias vizinhas de Virgem a cerca de 50 milhões de anos-luz da Terra. A imagem foi resultado do projeto Event Horizon Telescope, o EHT (ou Telescópio de Horizonte de Eventos, em português), da National Science Foundation

"Uma distância difícil de imaginar", admite Frédéric Gueth, astrônomo e vice-diretor do Instituto de Radioastronomia Milimétrica (IRAM) na Europa, que participou na pesquisa, resultado de uma colaboração internacional iniciada em 2012 que reuniu quase uma dúzia de radiotelescópios de base terretre, espalhados pelo mundo, da Europa ao Polo Sul, passando pelo Chile e Havaí, para tentar observar diretamente o ambiente imediatamente no entorno de um buraco negro.


Combinando esses observatórios, como se fossem pequenos fragmentos de um gigante por meio de uma técnica chamada interferometria, os astrônomos puderam ter um observatório virtual do tamanho da Terra, com o qual "um jornal aberto em Paris poderia ser lido de Nova York", segundo Gueth.
A imagem, almejada por muitos anos e até agora apenas simulada em computador, é tema de seis artigos publicados nesta quarta-feira na revista científica "Astrophysical Journal Letters", assinada por mais de 200 autores de mais de 60 órgãos científicos. Foi apresentada em seis coletivas de imprensa simultâneas ao redor do mundo em lugares como Bruxelas e Santiago, no Chile.


Buracos negros, regiões celestes muito densas, são extraordinariamente difíceis de serem observados apesar de sua grande massa. O horizonte de eventos de um buraco negro é o ponto sem retorno além do qual qualquer coisa — estrelas, planetas, gás, poeira e todas as formas de radiação eletromagnética — é engolida para o esquecimento.




O GLOBO

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