segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Brasil tem 40 mil imóveis do Minha Casa, Minha Vida com obras paradas

40 mil unidades habitacionais do “Minha Casa, Minha Vida”, maior programa de habitação brasileiro, estão com obras paradas, fruto de falta de recursos, problemas com a construtora, falta de obra complementar ou mesmo invasões aos imóveis. A situação faz com que moradores de baixa renda sigam pagando aluguel ou vivendo em áreas de risco.
Segundo dados obtidos pelo Portal Uol Notícias junto ao Ministério das Cidades, a faixa 1 – que inclui pessoas com renda familiar de até R$1.800, que têm a construção bancada pelo poder público – tem 279 empreendimentos paralisados pelo país, o que significa 40.990 unidades habitacionais. O programa “Minha Casa, Minha Vida” foi lançado em março de 2009 e, desde lá, construiu 5,2 milhões de unidades habitacionais. Dessas, o Ministério das Cidades afirma que quase 4 milhões foram entregues. Diz também que o número de obras paradas era maior e vem caindo, porém ainda é considerado um problema.7
 
 
Ações contra atrasos
O secretário-executivo do Ministério das Cidades, Silvani Pereira, afirmou que o número de obras paradas vem caindo nos últimos dois anos, mas ainda é alto e considerado um problema. “Tínhamos há dois anos 95 mil unidades, já retomamos várias. Asseguramos nessas retomadas um fluxo de pagamento correto para que a obra tenha uma normalidade e evitar novos problemas”, explica.
Pereira conta que os atrasos podem ocorrer por vários motivos, que vão desde o não repasse da contrapartida de estado ou município, não realização de obras complementares (como vias de acesso e esgoto) e até saída da obra por problemas burocráticos e/ou financeiros.
“Às vezes falta a companhia de energia ou de água colocar uma infraestrutura. Estamos mitigando isso. Temos agora um grupo permanente que avalia essas obras, empreendimento por empreendimento”, diz. O secretário falou ainda que os novos contratos estão sendo fechados com algumas mudanças, como a exigência de pagamento da contrapartida do ente (estado ou município) no ato da contratação, e não mais no fim da obra.
Outra novidade deve ser a implantação do seguro de plano de obra, que deve garantir a execução no prazo dos empreendimentos, com seguimento imediato da obra em caso de problemas com a construtora. “Isso já está em estudo; estamos dimensionando o custo porque não podemos onerar muito o imóvel. O que temos expectativa de lançar esse ano é o seguro-qualidade, que fará uma avaliação para saber se o que foi programado está sendo entregue, se há erro de projeto, se o material usado foi inadequado. Com isso teremos um acompanhamento muito mais próximo e acreditamos que também vai impactar no correto fluxo da obra”, afirma, citando que esse seguro-qualidade vai encarecer entre 1 e 1,5% o custo do imóvel.
 
 
UOL

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