A Copa do Mundo da Rússia termina no próximo domingo, mas a semana
seguinte deve ser de um mata-mata intenso na política nacional. O motivo
é simples: as primeiras definições de alianças já devem começar na
próxima semana, que marca, na sexta-feira, 20, a abertura do período das
convenções partidárias, que vão oficializar os candidatos de cada
partido aos cargos eletivos das eleições deste ano.
O PSB, por exemplo, deverá aprovar um indicativo de apoio a Ciro Gomes
(PDT) já na segunda-feira, após uma reunião da Executiva. A aliança com o
presidenciável pedetista deve prevalecer em relação às propostas de que
o partido fique “solteiro” ou que feche com o PT. O chamado “blocão”
também se encaminha para um desfecho da novela sobre para onde vão DEM,
PP, PRB e Solidariedade.
O maior entrave hoje para isso são os Democratas. ACM Neto e Rodrigo
Maia comandam nas próximas 48 horas conversas internas e com partidos
aliados para chegar a um veredito, que pode também ser anunciado na
semana que vem.
O presidente da Câmara dos Deputados é hoje o maior “cirista” da sigla.
Acha que o apoio ao pedetista facilitará a vida dos candidatos do DEM em
colégios importantes, como o Rio (não por acaso, o seu), Minas Gerais e
Goiás. O prefeito de Salvador, que já flertou mais fortemente com essa
ideia, tem dito nos últimos dias que o ex-governador Geraldo Alckmin
(PSDB) é uma opção mais “segura” e fácil de explicar.
Se prevalecer a aliança com os tucanos, o DEM acredita que consegue
arrastar junto o PRB e o Solidariedade. Resta a dúvida sobre o PP, que, a
despeito de ser o mais próximo do bloco a fechar com Ciro, pode ceder
aos apelos de Rodrigo Maia caso a decisão do DEM seja pró-Alckmin.
Sujeito oculto
Temer aceita ficar fora da campanha de Meirelles
O martelo foi batido em reunião da cúpula do MDB no domingo: o
presidente Michel Temer não dará as caras na campanha de Henrique
Meirelles à Presidência. A partir desta definição, reduziu-se o risco de
o partido rifar o candidato. Tanto que a convenção foi marcada para o
dia 4 de agosto e o que antes seria um ato discreto está ganhando ares
de festa maior. O “QG” de Meirelles ainda conta com a possibilidade de
um acordo de partidos que inviabilize a candidatura própria, mas a
avaliação é de que a repulsa das demais siglas a Temer acabou por selar
sua candidatura.
Duto entupido
Lula preso dificulta transferência de votos
O afã de tirar Lula da prisão, ainda que por algumas horas, se explica
pela necessidade de produzir um fato político em que ele passasse o
bastão da candidatura para seu “ungido”, com direito a imagens e
discurso. Por avaliações internas do PT, que batem com pesquisas
qualitativas encomendadas por adversários, o impacto da nomeação do
“eleito”, que deverá mesmo ser Haddad, é menor com Lula preso, mesmo com
o discurso de que ele é vítima de perseguição.
Como fazer ‘amigos’
Ao nomear Perillo, Alckmin ganhou um inimigo: Caiado
No momento em que tenta a todo custo atrair apoio do DEM, Alckmin ganhou
um opositor ferrenho à ideia de que a sigla feche com ele: o senador
Ronaldo Caiado. A razão é o paulista ter designado como coordenador
político da campanha o ex-governador de Goiás Marconi Perillo,
adversário histórico de Caiado – que, agora, defende que o partido feche
com Álvaro Dias (Podemos), tese sem chance de emplacar.
Ceará Agora
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