As chuvas de dezembro podem representar um pequeno alívio para a
situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas do País. A
expectativa de melhora, que difere pouco da estimativa de novembro, foi
divulgada hoje (6) pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico
(CMSE), que voltou a descartar o risco de déficit de energia para
dezembro de 2017. A exceção da previsão favorável é a Região Norte, que
deve ter redução da energia armazenada.
De
acordo com o comitê, a energia armazenada no final do mês de novembro
nos subsistemas do País chegou a 18,7% (Sudeste/Centro-Oeste), 60%
(Sul), 5,5% (Nordeste) e 16,1% (Norte) com relação à capacidade ideal
dos reservatórios. Já para dezembro, os valores esperados de
armazenamento, até o final do mês, são 24,3% (Sudeste/Centro-Oeste),
60,1% (Sul), 13,9% (Nordeste) e 12,0% (Norte).
Devido
à previsão de queda nos reservatórios do Norte e para manter o
suprimento de energia para o sistema de Manaus, o comitê decidiu manter,
no ano de 2018, a geração de energia por meio das termoelétricas de
Flores, com capacidade de geração de 80 megawatts (MW), e Iranduba, com
25 MW.
O comitê destacou que “está garantido o
suprimento eletroenergético do Sistema Interligado Nacional (SIN),
despachando o parque térmico conforme ordem de mérito de custo” e que
vai continuar monitorando a situação das bacias das usinas
hidrelétricas. Isto significa que o governo está garantindo o
abastecimento do sistema energético com o uso adicional de
termoelétricas mais baratas.
De acordo com a
nota, em novembro, as precipitações apresentaram grande variabilidade
espacial, com registros de “volumes próximos, em geral, às médias
climatológicas de cada bacia.” Já as bacias dos rios São Francisco,
Grande, Tietê e Uruguai apresentaram variações negativas.
Situação das bacias
O
comitê informou ainda que as bacias dos rios Grande, Paranaíba, São
Francisco e Tocantins, que juntos concentram cerca de 80% da capacidade
de armazenamento do SIN, “se configuraram com o 4º pior, 2º pior, o pior
e 3º pior valor do histórico no período de janeiro a novembro”. A
situação da capacidade das bacias, nos primeiros dias de dezembro,
melhoraram para os rios Grande e Paranaíba (respectivamente, o 28º pior e
42º pior valor histórico), mas não para o São Francisco e Tocantins
(pior e 3º pior valor no período), diz o comitê.
A
tendência é de concentração das chuvas, nos próximos dias, com maior
volume nas bacias dos rios São Francisco e Tocantins. Ainda segundo a
nota, já é possível classificar a situação atual como La Niña, e a
previsão é que o fenômeno permaneça durante os primeiros meses do verão,
com intensidade de fraca a moderada.
De acordo
com as análises, em razão das temperaturas dos oceanos Pacífico e
Atlântico, há uma maior probabilidade das chuvas dos próximos três meses
ocorrerem “na categoria abaixo da faixa normal climatológica numa ampla
área que inclui parte das regiões Norte, Nordeste, Sudeste e
Centro-Oeste.”
São Francisco
A
operação na bacia do Rio São Francisco continua com restrições, com
manutenção da vazão mínima dos reservatórios, “com vistas à preservação
dos estoques armazenados.” O CMSE disse esperar que, com a medida, será
possível manter todas as usinas hidrelétricas acima de seus
armazenamentos mínimos operacionais até o final do ano. “A expectativa
de armazenamento ao final do mês de dezembro é de 18,9% na UHE [Usina
Hidrelétrica] Três Marias e de 10,6% na UHE Sobradinho”, diz a nota.
Agência Brasil