Uma sindicância contra um major da
Polícia Militar suspeito
de crimes como tortura, abuso de autoridade, denunciação caluniosa
e corrupção foi arquivada. A decisão foi publicada no Diário
Oficial do Estado (DOE) desta terça-feira, 21. Ao major Giovani
Sobreira Gomes eram atribuídos 14 crimes, ocorridos entre 2007 e
2008, quando ele era comandante da 2ª Companhia do 7º Batalhão da
PM (2ª Cia/7º BPM), que atende cidades como Nova Russas, Ipu e
Croatá, no Sertão dos Crateús.
Processo que corria na Justiça Militar
sobre o caso já havia sido arquivado em janeiro de 2016, também por
falta de provas, com consonância do Ministério Publico Estadual
(MP-CE). O oficial havia sido denunciado em 2013 pelo MP por liderar
uma quadrilha composta por policiais militares que praticaria os
crimes. Dez testemunhos foram colhidos no Inquérito Policial Militar
(IPM), presidido pelo então comandante do 7º BPM; nenhum sustentava
as acusações, conforme consta no DOE nº 037, de 21 de fevereiro.
Dos crimes relatados, apenas um teve
materialidade comprovada: agressão contra o filho de um sargento, em
2007, levando ao indiciamento do major Sobreira pelo artigo 217 do
Código Penal Militar — "Se a injúria consiste em violência,
ou outro ato que atinja a pessoa, e, por sua natureza ou pelo meio
empregado, se considera aviltante". Exame de corpo delito
constatou quatro escoriações por "instrumento contundente",
mas o crime prescreve passados quatro anos. Na ocasião, ainda
segundo as denúncias, o major, auxiliado por outros policiais, teria
forjado flagrante para justificar detenção da vítima.
Uma outra denúncia do tipo foi feita
contra o comandante da companhia policial. Além disso, ele era
acusado de cobrar mensalidades das prefeituras dos municípios em que
atuava, alegando que a quantia seria usada para compra de alimentos
para os policiais da companhia. Dinheiro também seria cobrado por
ele para a realização de serviços de segurança particular para
bancos e postos de combustíveis da região.
As denúncias chegaram ao Ministério
Público por meio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República e do Ministério Público Federal. Outras denúncias
haviam sido feitas pessoalmente por moradores da região, divulgou o
MP-CE na época.
O oficial chegou a ser afastado do comando da 3ª Companhia do 2º
Batalhão da PM (3ª Cia/2º BPM), que atua em cidades do Cariri como
Brejo Santo, Penaforte, Milagres e Mauriti. Depois, ele foi
reconduzido ao cargo, que está atualmente. O MP-CE chegou a
pedir a prisão do major, o que foi negado pela Justiça. Em maio de
2013, mandados judiciais de busca e apreensão foram cumpridos na
casa do oficial e na sede do 2º BPM. Na operação, foram
apreendidos uma arma de fogo calibre 22, com numeração suprimida;
uma pequena quantidade de maconha, várias folhas de cheques. Em
processo que, separadamente, apura essas denúncias, o major alegou
que o material havia sido apreendido em diligências policiais.
O Povo Online
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