Pequenos e médios açudes no Interior do Ceará recebem, até o fim deste
ano, cerca de dois milhões de alevinos da espécie tilápia. A meta é de
um programa de peixamento em curso por meio da Secretaria da
Agricultura, Pesca e Aquicultura (Seapa) do governo do Estado. Técnicos
da pasta asseguram que a atual crise hídrica não afetará o crescimento
do pescado.
Em Orós, foram distribuídos 70 mil alevinos. Barragens de Saboeiro
receberam 35 mil e Catarina, 15 mil. O repovoamento dos açudes públicos e
comunitários chega a 26 municípios. "O Peixamento visa à distribuição
gratuita de peixes destinados ao repovoamento de reservatórios
públicos", destaca o secretário Euvaldo Bringel.
Fonte de proteína e renda para os pescadores artesanais,é fundamental a
manutenção do programa. "Prefeituras, associações, sindicatos e colônias
de pescadores podem fazer o pedido de alevinos", reforça.
Arnóbio Dourado, engenheiro de pesca e técnico da Seapa, esclareceu que,
apesar da falta de chuvas no Estado, queda das reservas hídricas na
maioria dos grandes e médios açudes, em algumas regiões ocorreram chuvas
localizadas, que possibilitaram uma reposição nos estoques pesqueiros
desses mananciais, pelo ganho no volume de água. "Não precisa o açude
estar cheio, basta ter um nível regular e aceitável de água", disse.
Os técnicos estimam que a reserva hídrica dure pelo menos cinco meses.
"Esse é o prazo que os alevinos estarão com tamanho considerável,
servindo como alimento às comunidades da região, mas, caso o açude seque
antes, os peixes podem ser consumidos", observou Dourado.
Os municípios atendidos possuem reservatórios de pequeno porte, que
receberam aporte. Os técnicos avaliam a partir da solicitação, as
condições de água, natureza do reservatório, tamanho, o risco de pesca
predatória e a existência de espécies de peixes predadores. A Seapa já
distribuiu 1,4 milhão de alevinos de tilápia em 708 açudes.
Diário do Nordeste