Foram cinco anos de idas e vindas entre Tamarana e Londrina e um gasto
de aproximadamente R$ 20 mil para fazer os testes práticos e mais de 100
aulas na autoescola. As duas cidades ficam a 56 km quilômetros de
distância.
A aprovação aconteceu no dia 27 de dezembro do ano passado. Ao G1, a
diarista Marina Alves dos Santos Oliveira, de 40 anos, fez questão de
mostrar como se faz uma baliza perfeita. "Agora eu estou craque. Ando
para todos os lados, feliz da vida".
Marina contou que aprendeu a dirigir na autoescola e que cada vez que
marcava o exame prático, se sentia confiante. Mas, ao entrar no carro,
ficava nervosa com a situação e não conseguia concluir o teste.
Ela chegou a tomar calmante, mas ficou ainda mais agitada.
"Eu tentava não me preocupar, mas quando chegava o dia do exame eu
ficava muito nervosa. Eu não sei explicar, mas dava uma tremedeira nas
pernas, aí eu já esquecia o que tinha que fazer, deixava o carro morrer.
Ah, era sempre um problema muito grande", contou a dona de casa.
Como os processos para tirar a habilitação vencem em um ano, Marina
precisou fazer cinco ao todo. Em um deles foram dez reprovações. "Era
inacreditável. Tinha gente que falava pra eu desistir, mas eu sempre
estive firme no meu propósito. Sempre foi meu sonho dirigir. E não tinha
como dirigir sem tirar a carteira de habilitação", disse a dona de
casa.
A aprovação
Para ajudar Marina a conquistar a sonhada carteira de habilitação, o
instrutor de autoescola César Tobias Dalto combinou com a aluna que ela
só seria avisada sobre o teste prático no Detran-PR no dia do exame.
Às 6h do dia 27 de dezembro de 2016, César ligou para Marina e contou
sobre a prova. Duas horas depois, os dois seguiram para Londrina, assim
de surpresa, e ela conquistou a sonhada carteira de motorista.
"Ele me ligou e disse pra eu me arrumar que ia fazer o exame. Eu fui,
nem deu tempo de ficar nervosa. E não é que deu certo!", comemorou a
diarista.
A diarista lembrou que no dia em que foi aprovada, houve uma confusão que fez com que ela passasse a noite em claro.
"Logo depois do exame eu fui informada que passei. Mas logo depois o meu
instrutor me ligou dizendo que no sistema do Detran constava que eu não
tinha sido aprovada. Eu acho que tinham tantas vezes lá que eu tinha
sido reprovada, que nem eles acreditaram", brincou Marina.
O apoio do marido
Odair Vicente de Oliveira, que é marido de Marina, foi uma das pessoas
que mais apoiou a insistência dela em passar no teste. "Ele sempre me
deu forças. Tanto que foi a primeira pessoa que eu liguei quando fui
aprovada", contou a diarista.
"Foi muito bom ela ter conseguido a carteira, porque facilitou a vida
dela e da família. Eu sempre a apoiei, porque sabia que era o sonho
dela. Então, como era sonho batalhamos até que ela conseguiu. E esse
sonho acabou sendo da família inteira. Torcíamos por elas e vibrávamos
quando ela conseguia a aprovação em alguma das etapas. Nunca deixamos
ela desistir, mesmo quando ela não queria mais seguir adiante. Ela
provou ser mulher teimosa e com persistência. Não ligamos para o que os
outros diziam", disse Oliveira.
"Quando ela ligou dizendo que havia passado, corri contar para os meus
filhos e sogra. Sai gritando, aí todo mundo gritou e vibrou muito. Foi
uma conquista e tenho muito orgulho dela", acrescentou o marido.
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